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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Mitologia Assirio- Babilônica




A mitologia Assirio-babilônica remonta nas usas origens a uma época anterior ao desenvolvimento dos dois impérios. Essa mitologia deriva dos Acádios e dos Sumérios na mesopotâmia (terra entre rios).

Muitos povos se sucederam na ocupação da mesopotâmia, como Sumérios, amorritas, caldeus e assírios. O intenso intercâmbio entre eles tornou possível a formação de culturas semelhantes, com diversos aspectos em comum.

Veremos inicialmente alguns aspectos históricos.

Povos Mesopotâmicos:




Sumérios- 4500 a.C - 2550 a.C
Os sumérios foram provavelmente os primeiros a habitar  no sul da mesopotâmia, eles se organizavam em pequenas cidades independentes. Eram um povo não semita, eles são chamados de proto mesopotâmicos ou Ubaidianos. (aldeia de Al-Ubai). O povo chamado sumério veio provavelmente da Anatólia e se estabeleceu na Suméria por volta de  4000 -3500 a.C.
Por volta do terceiro milênio a.C. a região tinha pelo menos 12 cidades estado separadas: Kish, Erek (Uruk), Ur, Sippar, Akshak, Larak, NIppur, Adab, Umma,, Lagash, Bad-tibira e Larsa.Cada uma destas tinha sua deidade específica, onde o templo era a principal estrutura da cidade.
 A antiga forma semita ocidental do nome parece ter sido Sinear.  As principais cidades eram Ur (Gn 11:28), Uruk (Erek), e Lagash, que viviam em constantes lutas pelo poder. Outras cidades que se destacavam eram Nippur e Eridu. Patesi era a denominação principal do chefe absoluto que governava a cidade, detendo suas mãos o poder político, religiosos e militar. Era auxiliado em suas funções por uma casta aristocrata, constituída por sacerdotes e por burocratas.
Em cerca de 3000 a.C., os sumérios criaram o primeiro sistema de escrita do mundo, a escrita cuneiforme, constituída por sinais em forma de cunha inscritos ou gravados na argila.
De 2530-2450 os elamitas conquistaram a região.

zigurate de Ur
Existem 25 zigurates conhecidos na regiao da Sumeria, Babilônia e Assíria


r0129
Estandarte de Ur- 2600 a.c- incrustado de conchas, ouro e Lápis-lazúli

Acádios 2334-2154 a.C
Por volta de 2550 a.C, as cidades sumerianas forma invadidas por um povo de origem semita que se estabeleceu na região de Acad (Agad), norte da mesopotâmia, por isso ficaram conhecidos como acádios. Os acádios conseguiram unificar as cidades sumerianas e fundaram um império. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos.
Em cerca de 2334- 2279 a.C  Sargão criou o Primeiro Império Mesopotâmico unificando as cidades da Suméria. I era chamado "soberano dos quatro cantos da terra" (isto é, governante do mundo inteiro), em reconhecimento ao sucesso da unificação mesopotâmica.  É interessante notar, contudo, que, apesar da unificação, as estruturas políticas da Suméria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos conquistadores acadianos.
 Por volta do ano 2150 a.C, o Império Acadio foi devastado pelos guti (gutianos), povo asiático originário das montanhas da Armênia, montes Zagros (2116-2110 a.C.). Depois disso Ur  conseguiu recuperar seu poder sobre a região, dando início a terceira dinastia de Ur.  Esse é o período chamado de renascimento sumeriano . Ur-Nammu foi o primeiro desta dinastia, seguido de: Shulgi, Amar-Sin, Shu-Sin e Ibbi-Sin. Contudo, esse foi o último ato de manifestação do poder político da Suméria: atormentados pelos ataques de tribos elamitas 1960a.C e amoritas (amorreus), o império ruiu. Depois disso as cidades estados brigaram entre si e veio a dinastia de Larsa durante a qual foram porduzidas muitas obras literárias







por volta  de 2330 a.C Sargão criou o Primeiro Império Mesopotâmico unificando as cidades da Suméria

Babilônios 1900- 1600 a.c (Primeiro Império Babilônico)
No início do segundo milênio, como o enfraquecimento das cidades sumérias tem início o império que tinha como sede a cidade de Babilônia, o primeiro império babilônico. Esse povo era de origem amorita ou amorreu. Por volta de 1900 a.C., esse povo conquistou toda a Mesopotâmia. Sumu-abum foi o primeiro governante, a Babilônia tornou-se a cidade mais importante da Mesopotâmia. A cidade era tão poderosa que toda a região tornou-se conhecida como Babilônia. O rei babilônico mais importante e último da Primeira Dinastia foi Hamurábi. Ele ficou famoso por um conjunto de leis feitas durante seu reinado (1728-1686 a.C), o Código de Hamurabi.A Epópéia de Gilgamesh fopi produzida neste período.
Após a morte dele a Mesopotâmia foi abalada por inúmeras invasões, e por volta do ano 1600 a.C.especialmente dos cassitas. A grande potência seguinte da Mesopotâmia foi a Assíria.
detalhe superior da Pedra do código de Hamurabi
Hamurabi diante do deus sol Shamassh

Código de Hamurabi- gravado nesta pedra acima!
Museu do Louvre - Paris / França




Império Assírio
Império Neo babilonico.
Império babilônico de Hamurabi




Assírios (1880-612 d.C)
A Assíria é uma região localizada ao norte da Mesopotâmia e deriva seu nome de Assur (lugar de passagem). Este lugar era bastante vulnerável às invasões por todos os lados. Talvez isso tenha colaborado para o espírito guerreiro deste povo.
O Antigo império assírio surgiu em 1880, tendo uma história não muito conhecida até 1375. A partir desta data até 1047 a.C, desenvolveu-se o Médio império Assírio. Apenas depois de 883 a.C é que os Assírios conquistaram um vasto território, para além da mesopotâmia como Síria e Egito, conhecido como Novo Império, comandados por Sargão II, Senaquerib e Assurbanipal.

Eles eram conhecidos por sua crueldade e impunham incêndios, suplícios, mutilações e pilhagens sobre os vencidos. Assim esses povos sempre que podiam tentavam se libertar do jugo assírio, provocando uma série de revoltas que acabaram por enfraquecer o império. Em 612 a.C o império caiu antes os caldeus liderados por Nabopolassar.






Caldeus (Segundo Império Babilônico) (612-539 d.C)
O domínio babilônico voltou a se impor pelos Caldeus na liderança de Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor, ele foi responsável pelos famosos jardins suspensos da babilônia. Seu império ruiu diante de Ciro, o Persa.

Ele teve um papel importante na história judaica. Em 539 a.C., invasores persas dominaram os caldeus. O macedônio Alexandre, o Grande, derrotou os persas em 330 a.C. Depois disso, a Mesopotâmia foi governada por gregos, romanos, árabes e turcos, em sucessão. Em 1921, a Mesopotâmia tornou-se o reino do Iraque.



Bibliografia consultada:

Mesopotâmia. In Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2016. Web,2016. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/481886/Mesopotamia>. Acesso em:08 de agosto de 2016.

Enciclópedia da Bíblia Cultura Cristã. Cambuci: Cultura Cristã, 2008.

O mundo do Antigo Testamento. Venda Nova: Vida, 1994.

História Geral. Gilberto Cotrim. Saraviva, 1988.


Religião Mesopotâmica


 As crenças e práticas religiosas formar um único fluxo de tradição.Sumeriana na origem, religião mesopotâmica foi adicionada e sutilmente modificada pelos Acadianos, cuja própria crenças eram, em grande medida equiparado a, e integradas com, aqueles de seu novo ambiente.
Os mesopotâmicos acreditavam que as pessoas que morriam sem serem sepultadas, mulher que morreu virgem ou de parto, mãe cujo filho nasceu morto, pessoa que se afogou, que caiu de um palmeira ou de outra morte injusta se tornavam seres revoltados (edimmu ou etemmu= os que voltam) que causavam danos às pessoas. Este podiam ser apaziguados por meio de um banquete fúnebre, o Kispu ou uma libação de água. Acreditavam também em maus espíritos saídos do mundo inferior ou da cólera do deus Ea.. Só podiam ser expulsos por meio de feitiços em nome de Ea.



  • Os deuses eram sujeitos  às mesmas necessidades e paixões humanas
  • Susceptíveis ao medo
  • Glutões
  • Beberrões
  • Imorais
  • Sujeitos à morte por assassinato


1-Poema da Criação (Enuma elishi)- literatura babilônica

No início havia o Caos aquoso, Apsu (água doce) e Tiamat (água salgada) que geraram a Lahmu (macho) e Lahamu, destes nascem: Mumu, Anshar e Quisar (serpentes). Destes  últimos nasce: Anu (senhor do céu), Enlil [Bel] ( senhor do ar e da terra) e Ea (senhor das águas, abismo que cerca o mundo).

Apsu e Tiamat passam a odiar os filhos que os pertubavam, e assim Tiamat gera 11 monstros sendo que um destes é Quingú que se torna seu esposo.

Ea gera a Marduk. Ea e Anun dominam Apsu e Mumu, mas os deuses ficam com medo de enfrentar Tiamat.  Tiamat se propõe a liderar a batalha mas com a condição de se tornar o principal deus, eles concordam e cada um entrega a sua arma a Marduk.

Marduk derrota Tiamat e a corta em duas partes. Com uma faz o firmamento e com a outra a terra.

Marduk impõe o serviço dos deuses ao homem. Constrói o céu e os dá aos deuses, dipôs as estrelas, determinou o ano e regulamentou os astros..

Depois fez a terra emergir do mar. Marduk criou a humanidade  com seu sangue e segundo outra intepretação com o sangue de Quingu. Depois surgiu as plantas, rios e animais.

Vejamos alguns fragmentos das sete tábuas de Enuma Elish:
"Quando nas alturas os céus (ainda) não tinham nomes,
(E) embaixo a terra (ainda) não existia como tal,
(Quando) apenas o primitivo Apsu, progenitor deles (existia),
(E) mãe (mummu) Tiamate, que deu à luz todos eles,
(Quando) as suas águas (ainda) misturadas,
(E) nenhuma terra seca havia sido formada (e) nem
(Mesmo) um pântano podia ser visto;
Quando nenhum dos deuses havia sido gerado.
Então os deuses foram enados no meio deles (Apsu e Tiamate).
Lahmu e Lahamu (deidades) eles (Apsu e Tiamate) procriaram."

 "...Tiamate e Marduque, o mais sábio dos deuses, tomaram lugar, opondo-se mutuamente,
Avançaram para a batalha, e no combate aproximaram-se um do outro.
O senhor abriu a sua rede e a envolveu,
O mau vento, seguindo-se-lhe, fez soprar na sua face.
Quando Tiamate abriu a boca para devorá-lo,
Ele fez soprar o mau vento, de forma que ela não pode fechar os lábios.
À medida que os ventos uivantes encheram o seu ventre,
Este foi destendido, e ela abriu bem a boca;
Ele lançou uma flecha, esta rasgou o seu ventre,
Cortou as suas entranhas, e traspassou-lhe o coração.
Quando ele a havia subjugado, destruiu a sua vida. Jogou a sua carcaça por terra e se colocou de pé sobre ela."
 ...O Senhor repousou, para observar o seu corpo inanimado
(Para ver) como ele poderia dividir o colosso (e) criar cousas maravilhosas (com ele).
Abriu-a em duas partes como um mexilhão;
Metade dela, colocou no lugar e formou o céu,
Fixou os limites e postou guardas"
 Ele ordenou-lhes que não deixassem escapar a sua água,
Ele atravessou os céus e examinou as (suas) regiões.
Colocou-se em posição oposta a A p su ...
O senhor mediu as dimensões de Apsu,
E uma grande estrutura, correspondente dele. ele estabeleceu: Esharra,
A grande estrutura Esharra. que ele fez como uma canópia.
Anu. Enlil e Ea, ele (então) fe z com que estab<lecessem a sua residência.

 Sangue formarei, e farei com que haja osso;
Então estabelecerei lullu,* “Homem será o seu nome,
Sim, criarei lullu. Homeml
(Sobre ele) o trabalho dos deuses será imposto, para que estes possam descansar.

 Amarram-no [Kingu] (e) conservam-nu preso diante de Ea;
tnflingiram-lhe punição, cortando (as artérias do) seu sangue
Com o seu sangue formaram a humanidade;
Ele (Ea) impôs o trabalho dos deuses  sobre o homem) e libertou (dele) os deuses.
Depois que Ea, o sábio, havia criado o homem
(E) havia imposto o trabalho dos deuses sobre ele,
Aquela obra ultrapassou a compreensão (humana).
Comparação da criação pagã com a Bíblia:

1- A narrativa bíblica começa com um único Deus auto-existente, imaterial, criador de todas as coisas. A narrativa babilônica começa com dois deuses que se confundem com a natureza visto que são água doce e água salgada! Ou seja, confunde espírito com matéria!
2- A narrativa bíblica começa não com o Caos, mas com a declaração do único Deus que criou o universo.
3- Gênesis descreve o planeta Terra coberto de água, (caótico). Já a narrativa mitológica descreve não o planeta Caótico e sim as águas (deuses) que eram o próprio caos.
4- As narrativas tem ordem diferentes de criação. Na narrativa pagã as águas são eternas e só depois é criado o céu e a terra! Na bíblia Deus cria todas essas coisas de um só vez! A porção seca (Pangéia) apenas surge da água, poque estava imersa
5- O Gênesis mostra um Deus imortal, eterno. A narrativa pagã descreve a morte dos dois deuses primordiais: Apsu e Tiamat.
6- A bíblia mostra que de início a terra era sem forma (caótica) e vazia, coberta de água, como atesta a Geologia moderna http://criacionismodaterraantiga.blogspot.com.br/search/label/Gn1%20e%20geologia . A narativa babilônica identifica o caos como as próprias divindades.

"O rude politeísmo das estórias babilônicas da criação, mancha a narrativa sucessivas gerações de divindades de ambos os sexos, procedendo de Apsu e Tiamate, e produz uma confusa e contraditória pluralidade de criadores. Isto é verdadeiro porque Apsu e Tiamate não são apenas os progenitores de seres divinos; porém, visto que esses seres divinos, por sua vez, personificam vários espaços cósmicos e forças naturais, os pais dos deuses participam, igualmente, de maneira direta do papel de criadores.Porém, outros criadores adentram o confuso quadro. Na guerra entre os deuses, Ea, pai de Marduque, mata Apsu e, da carcaça, dele. forma o mar subterrâneo, sobre o qual repousa a terra. Marduque, por sua vez, no conflito contra Tiamate, do caos faz surgir o cosmos, e como o criador principal, forma os céus e a terra, os corpos celestiais, cereais e legumes, e juntamente com Ea, e-lhe atribuído o crédito da formação do homem.Outras inscrições fragmentárias adicionam elementos contraditórios à desorientadora narrativa de Enuma elish. Uma delas, encontrada por George Smith em Ninive, fala dos “deuses em sua totalidade” como tendo criado o mundo e o seu conteúdo. Outra, da antiga cidade capital da Assíria, Assur, relaciona “os grandes deuses’ Anu, Enlil, Shamash e Ea como criadores do universo, e, juntamente com as divindades chamadas os Anunaque, como tendo formado os dois primeiros seres humanos, chamados língarra (o instrutor da abundância) e Zalgara (a instrutora da fartura). Outra tábua da Babilônia aiz que Anu criou os céus e que Ea criou várias divindades menores, e a humanidade. Outra inscrição atribui a criação do sol e da lua a Anu, Enlil e I a. A estória da criação de Eridu, atribui a criação da humanidade a Marduque, ajudado por uma deusa, ao passo que uma tábua mutilada e castigada pelas intempéries, da Primeira Dinastia de Babilônia,atribui a criação do homem a uma deusa que misturou barro com o sangue de um deus morto." (Arqueologia do Antigo Testamento. São Paulo: IBR, 2004, p. 30-31.)

2- Dilúvio sumério
A mais antiga versão do Dilúvio é a suméria. registrada no fragmento dc uma placa
descoberta na antiga Nipur, entre Quis e Churupaque. na Babilônia. Data de antes de 2.000 A, C.. e é inscrita em ambos os lados, com três colunas de cada lado. A primeira coluna fala de uma destruição anterior da humanidade, e como a humanidade e os animais foram criados. A segunda coluna relata como uma divindade fundou cinco cidades, inclusive Eridu, Sipar e Churupaque, indicando para cada uma um deus tutelar, e estabelecendo canais dc irrigação. A terceira coluna apresenta o Dilúvio, que fez a deusa Ishtar (Ninhursague) sofrer pelo seu povo.  Ziusudra (Zíusudu) era rei-sacerdote. Na coluna seguinte, Ziusudra recebe instruções para ficar perto de uma parede onde deveria receber uma comunicação divina a respeito do desastre iminente. Dessa forma o propósito dos deuses de destruir a humanidade lhe é revelado. Na quinta coluna, o Dilúvio começou, e Ziusudra está lutando para sobreviver em um grande barco, quando a placa quebrada interrompe a narrativa.

"...As chuvas tempestuosas, ventos fortes, todos, mandam eles
Os Dilúvios caem sobre a. ..
Quando por sete dias e sete noites
O Dilúvio havia assolado a Terra
E o enorme barco havia sido agitado sobre as grandes águas, pelas tempestades,
O deus sol levantou-se, fazendo brilhar a luz nos Céus  sobre a Terra.
Ziusudra fez uma abertura no lado do grande navio.
Ziusudra, o rei,
Diante do deus-sol curvou a face até o chão.
O rei sacrificou um touro, ovelhas ele sacrificou em grande número...
Ziusudra, o rei.
Diante de Enlil curvou a face até o chão;
Este deu-lhe vida como a de um deus,
Uma alma eterna como a de um deus, ele lhe outorgou.
Naquele tempo, Ziusudra, o rei.
Chamado Salvador dos viventes e semente da humanidade''
Eles fizeram com que habitasse na montanha inacessível, montanha de Dilmum
Comparação do dilúvio sumeriano com a bíblia:
1-A narrativa sumeriana é politeísta. A Bíblica é monoteísta.
2-A narrativa sumeriana fala de chuvas por 7 dias e a bíblia por 40 dias.
3- A fonte do dilúvio sumeriano é apenas chuva. A narrativa bíblica fala de chuva e águas subterrâneas que jorram sobre a superfície da terra.
 http://criacionismodaterraantiga.blogspot.com.br/search/label/Gn1%20e%20geologia
4-A narativa sumeriana fala de imortadlidade dada ao herói. A bíblica não.
5- Os elementos comuns, com as ressalvas acima,são: dilúvio, grande barco, herói, sacrifício. Estes elementos podem derivar de uma narrativa histórica comum tanto ao registro bíblico como ao registro sumeriano.


3- Dilúvio Babilônico
a versão babilônica do Dilúvio constitui o décimo-primeiro livro da famosa Epopéia assirio-habilônica de
Gilgamesh. De acordo com as instruções divinas, Utnapistim construiu o enorme barco em
forma de uma cuba, que media 120 cúbitos em cada direção, e tinha seis andares. No exterior, ele o
dividiu em sete partes, e no interior em nove partes, calafetando-o por dentro e por fora com betume.
Foi embarcado óleo para a alimentação e para as libações. Ele também levou ouro, prata, a sua
família, artífices e animais do campo. O texto, na forma existente, vem da biblioteca do rei assírio Assurbanípal (669-626a. C.), mas fora transcrito de originais muito mais antigos, baseia-se no versão sumeriana do dilúvio. Vejamos alguns fragmentos:
“Eu [Utnapistim] te revelarei, Gilgamesh, um fato oculto
E um segredo dos deuses eu te contarei:
Churupaque - cidade que conheces,
(E) que (às margens do) Eufrates está -
Aquela cidade era antiga, (bem como) os deuses dentro dela,
Quando o coração deles levou os grandes deuses a produzir o dilúvio”...
 Choupana de bambu Choupana de bambu!Parede. Parede!
Choupana de bambu, escuta ! Parede, reflete !
Homem de Churupaque, filho de UbarTutu.
Derruba (esta) casa. constrói um navio!
Desiste das propriedades, busca a vida.
Despreza as possessões e conserva a alma viva !
A bordo do navio recolhe a semente de todas as coisas vivas
que  da barca que construirás,
as dimensões se correspondam:
que sua largura e compriemento sejam iguais; ... 
...eu o carreguei com toda espécie de tudo que tem vida
fiz subir na embarcação toda minha família e contra-parentes...

Observei a aparência do tempo.
O tempo era pavoroso de se ver.
Embarquei no navio e preguei a porta.
Para repregar (todo) o navio, a Puzur-Amurri, o barqueiro,
Eu entreguei a estrutura com tudo o que continha...
 Os deuses estavam temerosos com o dilúvio.
E recuando, ascenderam aos céus de Anu. *
Os deuses agacharam-se como cães...
 Os dias antigos, a f. tornaram-se barro.
Porque eu [Ishatar] advoguei o mal na Assembléia dos deuses.
Como pude eu advogar o mal na Assembléia dos deuses,
Ordenando batalha para a destruição do meu povo!
Quando sou eu quem dá a luz ao meu povo
Como as ovas dos peixes eles enchem o mar!"...
 Os deuses, todos humilhados, assentam-se e choram,
Os seus lábios estão apertados — todos eles
Seis dias e seis noites
Sopra o vento da inundação, da forma como o vento tempestuoso do sul varre a terra.
Quando chegou o sétimo dia,
O vento sul (que carregava) o dilúvio cessou a batalha
Que havia travado como um exército.
O mar ficou quieto, a tempestade amainou, a inundação cessou"
 Observei o tempo a bonança começara,
E toda a humanidade havia se transformado em barro.
A paisagem era tão plana como um telhado horizontal.
Abri uma escotilha, e a luz caiu sobre a minha face.
 Procurei litorais na expansão do mar
Em cada uma dentre catorze (regiões)
Emergia uma região (montanha).
No monte Nisir o navio por fim parou...
 Quando chegou o sétimo dia,
Mandei e soltei uma pomba.
A pomba se foi, mas voltou.
Não havia lugar para pousar, e ela retornou.
Então mandei e soltei uma andorinha;
A andorinha se foi, mas voltou
Não havia lugar para pousar, e ela retornou.
Então mandei e soltei um corvo.
O corvo se foi e, vendo que as águas haviam diminuído,
Come. voa em círculos, crocita, e não retorna.
Então soltei (todos os animais) para os quatro ventos e ofereci um sacrifício....
 Derramei uma libação no cume da montanha.
Sete e sete vasos cultuais eu levantei,
Sobre a sua platibanda amontoei junco, cedro e murta.
Os deuses aspiraram o odor,
Os deuses aspiraram o doce odor.
Os deuses se aglomeraram como moscas ao redor do que sacrificava....
[Ishtar diz] “Que os deuses venham ao sacrifício;
(Porém) Enlil não venha ao sacrifício.
Pois ele, sem razão, ocasionou o dilúvio
E meu povo destinou à destruição!"...
"Alguém escapou com vida!
Ninguém deveria sobreviver á catástrofe ...
[Ea diz] “Tu, o mais sábio dos deuses, tu (que és) herói,
Como pudeste, sem razão, causar o dilúvio?
Ao pecador atribui o seu pecado,
Ao transgressor atribuía sua transgressão]
(Porém) sê clemente, para que ele não pereça,
Sê paciente, para que ele [Utnapistim] não seja desarraigado! "
"Não fui eu quem desvendou o segredo dos grandes deuses.
Fiz com que Atrahasis [Utnapistim] tivesse um sonho
E ele perscrutou o segredo dos deuses.
Agora, tomai conselho a respeito dele!'
Assim. Enlil embarcou no navio.
Levando-me pela mão, me embarcou.
Embarcou a minha esposa e fez com que (ela) se ajoelhasse ao meu lado.
De pé entre nós, ele tocou nossas frontes para abençoar-nos:
"Até agora Utnapistim tem sido apenas humano.
De agora em diante Utnapistim e sua esposa serão como os deuses.
Utnapistim habitará muito longe, na boca dos rios!
Comparação do dilúvio babilônico com a narrativa bíblica: 
1- A narrativa babilîonica é polliteísta. A bíblica é monoteísta.

2- A babilônica mostra a instabilidade dos deuses diante do dilúvio. A bíblica não.

3- A babilônica mostra Enlil desejoso de destruir toda a humanidade, inclusive o herói que sobreviveu à catástrofe. Isso só não ocorreu diante da intercessão de Ea.

4-A babilônica mostra que sem razão veio o dilúvio. A bíblica mostra que foi por causa da depravação total do ser humano e sua indisposição de atender aos apelos divinos 
 Gn 6:5  Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;
9  Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.
10  Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.
11 ¶ A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência.
12  Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra.
Hebreus 11:7  Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé.
1 Pedro 3:20  os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,

2 Pedro 2:5  e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios;


5- A narrativa babilônica atribui divindade ao homem o que é irracional e impossível, pois Deus é por definição não criado. A narrativa  bíblica não confere nada de extraordinário ao homem.

6-A causa do dilúvio babilônico é apenas chuva. A causa do dilúvio bíblico é chuva e rompimento de água subterrânea
Gênesis 7:11  No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,

7- A duração total  do dilúvio  bíblico foi de 371 dias. A do dilúvio Babilônico foi de 7 dias. Além disso choveu por 40 dias segundo a narrativa bíblica. 
Gênesis 7:11  No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,
Gen 8:3  As águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e cinqüenta dias.
4 ¶ No dia dezessete do sétimo mês, a arca repousou sobre as montanhas de Ararate.

5  E as águas foram minguando até ao décimo mês, em cujo primeiro dia apareceram os cimos dos montes.
13 ¶ Sucedeu que, no primeiro dia do primeiro mês, do ano seiscentos e um, as águas se secaram de sobre a terra. Então, Noé removeu a cobertura da arca e olhou, e eis que o solo estava enxuto.
14  E, aos vinte e sete dias do segundo mês, a terra estava seca.

8-O barco de Utnapistim era cúbico, e portanto com engenharia deficiente:
O navio de Utnapistim, por outro lado. era uma construção cúbica, medindo a largura. comprimento e altura, 120 côvados. Visto que a unidade de medida era o côvado babilônico,
maior (mais de cincoenta centimetros). o navio deslocava cerca de 228.500 toneladas, cerca de cinco vezes mais do que a arca. Mais do que isso, lin h a sete andares e era dividido verticalmente em (nove) partes, contendo assim sessenta e três compartimentos. Tinha também uma porta (portão) e pelo menos uma janela.
A. arca, pelo contrário, só tinha três andares, e consistia de um número não especificado
de compartimentos (em hebraico, “nests”) ou celas (Gênesis 6: 14). Tinha uma porta ao lado (Gênesis 6: 16). e uma "janela” (do hebraico, hallon, Gênesis 8:6) para iluminação e ventilação,
o que é evidentemente uma parte da abertura maior mencionada em Gênesis 6: 16, ai
chamada sohar. Este último termo dificilmente pode ser uma referência ao “teto” do navio, mas
uma abertura para iluminação e ventilação, construída nos lados, rodeando toda a arca.
(Arqueologia do Antigo Testamento. São Paulo: IBR, 2004, p. 58)
9- Na narração babilônica as linhas 94 e 95 falam da salvação da família, parentes, artífices , técnicos e um barqueiro, na Bíblica apenas 8 pessoas.
1 Pedro 3:20  os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,

10- A expressão bíblica cheiro suave não é literal, como a usada na narrativa dos deuses antropomórficos, que se alimentavam das ofertas. Significa apenas que Deus se agradou da oferta que representava o próprio Senhor Jesus. Essa expressão aparece muitas vezes no pentateuco
Efésios 5:2  e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.

Filipenses 4:18  Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.

11- Os elementos comuns, com as ressalvas acima, são: dilúvio, construção de um grande barco, sacrifício de animais,preservação da humanidade e soltura de aves. Essa semelhança pode significar que ambas narrativas advém de um fato histórico comum, um dilúvio verídico.


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Deuses:  
Apsu- personificação da água doce.
Tiamat- personificação da água salgada.
Anu-  filho de Anshar e Kishar. Esposo da deusa Antu. Pai de Ishtar. Reside no céu. Era muito cultuado em Der, Akad, Uruk e Lagash.
Adad- deus das tempestades, do relâmpago, deus das cheias,do dilúvio. 
Bel (Nome semita de Enlil)  deus da tempestade, do ar e da terra. Sua esposa era Ninlil (Belit=dama)
Ea-(Enqui na Suméria) deus do Apsu(a água doce), deus da ´sabedoria e da magia, dos feitiços. Sua esposa era Ninki. Sua filha era Nina.
Ereshquigal- filho de Sin e irmão de Shamash. deusa do inferno
Marduk (Merodak)- filho de Ea. Se torna o deus soberano ao derrotar Tiamat. Jr 50:2
Enzu- deus lua, senhor do saber.
Istar- filha de Sin (guerreira) ou de Anu (amor, sexo). Era o planeta Vênus. deusa do amor, do sexo e da guerra. Amante de vários deuses. Causou a morte de Tamuz, quem amava.
Sin [Nannar ](Ur dos Caldeus)-  deus da lua. Deus do tempo.  Sua mulher era Ningal. Seus filhos: Istar, Shamash e Ereshquigal.
Shamash-deus do sol, deus da justiça e da advinhação.
Ashur (Assur)- deus nacional dos assírios, tornou-se o principal dos deus neste império. deus da guerra e fertilidade. Sua mulher era Istar.
Tamuz (Dumuzi)- filho de Ningishzida (deus dos bosques e das verduras), que era filho de Ninazu (senhor da advinhação pela água). Tamuz era o deus das colheitas. Seu amor por Ishtar lhe causou a morte. Todo  ano no verão se lembrava o lamento de Ishtar p2trela morte de Tamuz, onde ela mesma vai ao inferno para encontrar seu amante. Ez 8:14
Nisaba (Nidaba)- deusa da sementes (Ceres), da fertilidade
Nergal- deus do inferno que casou com Ereshquigal. 2 Rs 17:30
Nebo- Jr 46:1 Conhecida divindade dos babilônios e dos assírios (Is 46.1), que se supunha presidir à ciência e às letras. O nome forma parte das palavras (Nabucodonosor)

Tríades Babilônicas:
Anu, Enlil, Ea.
Sin, Shamash, Ishtar

Observação:
Semírames nunca foi uma deusa http://averacidadedafecrista.blogspot.com.br/2013/12/ninrode-semiramis-e-tamuz-uma-conexao.html

Bibliografia consultada:
A criação e o dilúvio. São Pualo: Edições Paulinas,1990.
Arqueologia do Antigo Testamento. São Paulo: IBR, 2004.
Dicionário de Mitologia.São paulo: Cultrix, 1973.
História das Mitologias 1. Lisboa: Edições 70, 2006.

2 comentários:

  1. Muito interessante professor, li tudo e aprendi muito... Parabéns pelo blog...

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