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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

zoroastrismo

 Zoroastro (Zaratrusta) foi o reformador da religião que o precedeu. A época em que viveu é duvidosa, mas é certo que seu sistema se tornou a religião dominante na Ásia Ocidental a partir do tempo de Ciro (550 a. C.) até a conquista da Pérsia por Alexandre Magno. Ele foi um sacerdote de uma ahura com o epípeto de Mazda (sábio). Aristóteles (384-382 a.C.) faz alusão ao dualismode Zaratrusta

Durante a monarquia macedônia, as doutrinas de Zoroastro foram consideravelmente corrompidas pela introdução de elementos estrangeiros, mas recuperaram depois sua ascendência. Zoroastro ensinava a existência de um ser supremo, que criou dois outros seres poderosos e dividiu com eles sua própria natureza até o ponto que lhe pareceu conveniente.

Desses dois, Ormuzd (chamado pelos gregos Oromasdes) permaneceu fiel ao seu criador e foi considerado a fonte de todo bem, ao passo que Ariman (Arimanes) rebelou-se e tornou-se o autor de todo o mal que há na Terra. Ormuzd criou o homem e deu-lhe todos os recursos para ser feliz, mas Ariman frustrou essa felicidade, introduzindo o mal do mundo e criando as feras, plantas e répteis venenosos.

 Em conseqüência disso, o mal e o bem se misturaram em todas as partes do mundo, eos adeptos de Ormuzd e Ariman passaram a travar uma incessante guerra. De acordo com esta religião chegará a ocasião em que os adeptos de Ormuzd serão vitoriosos e Ariman e seus sequazes serão condenados às trevas eternas. O livro sagrado é o Zendavesta ou Avesta..

Os ritos religiosos dos antigos persas eram muito simples. Não usavam eles templos, altares ou imagens, limitando-se a fazer sacrifícios no alto das montanhas. Adoravam o fogo e o sol, como emblemas de Ormuzd, a fonte de toda a luz e de toda a pureza, mas não os consideravam como divindades independentes. Os ritos e cerimônias religiosas ficavam ao encargo de sacerdotes chamados magos. Os conhecimentos dos magos relacionavam-se com a astrologia e os encantamentos, em que se tornaram tão célebres, que seu nome passou a se aplicar a toda sorte de mágicos e feiticeiros.

A religião de Zoroastro continuou a florescer mesmo depois do advento do cristianismo e no século III era a religião predominante no Oriente, até que surgisse a religião maometana e a Pérsia fosse conquistada pelos árabes, no século VII, o que obrigou a maior parte de persas a renunciar à sua antiga fé. Os que se negaram a abandonar a religião dos seus antepassados fugiram para o deserto de Querman e para o Hindustão, onde ainda existem, com o nome de parses, derivado de Pars, denominação primitiva da Pérsia. Os árabes os denominam  guebros, de um vocábulo árabe que significa infiel. Em Bombaim, os parses constituem uma classe muito ativa, esclarecida e próspera, destacando-se pela pureza de sua vida, honestidade e benevolência. Possuem inúmeros templos do Fogo, que adoram como símbolo da divindade.


A antiga religião iraniana tem muitos pontos em comum com o Induísmo, até porque o povo Iraniano e Indu tinham ancestrais comuns e falavam o idioma indoariano. Elas tinham em comum o cuto ao fogo, sacrificio por meio de licor sagrado, culto a Mitra e outros deuses comoVaruna, Indra e Nasatyas. Estes dois ultimos aparecem no Avesta como demônios

Mitologia Nórdica

Tabela das Divindades Nórdicas

Nome
Função
Equivalente Romana
Alfadur____________
Odin
_______Nova Criação-Deus incriado, eterno e imortal__
Senhor do céu.
__________________
Júpiter
FriggaDeusa do casamento e mãe dos deuses.Juno
JoerdDeusa da terra, mãe de Thor. 
ThorSenhor do trovão e dos raios.Júpiter
SifDeusa das plantações e da fertilidade.Ceres
BaldurDeus da beleza e do esplendor.Apolo
NjoerdDeus dos mares.Netuno
FreyaAmor e cura.Vênus
TyrDeus da guerra.Marte
LokiPoder do mal. 
FreyDeus do brilho do sol e da chuva. 
HeimdallVigia do arco-íris e arauto do juízo final. 
BragiDeus da sabedoria, poesia e eloqüência. 
HelaSoberana do domínio da morte.Plutão
VitharO mais forte depois de Thor. 
NannaDeusa da lua.Luna
UllrDeus da caça. 
IdunDeusa da juventude. 
HermodMensageiro dos deuses.Mercúrio
HodurDeus cego do inverno 
FenrisLobo gigante, geração de Loki. 
AegirDeus gigante do litoral 
RanEsposa de argir, deusa das tempestades. 
Forsetijustiça 




A Mitologia Nórdica diz respeito aos povos dos atuais países escandinavos (Noruega, Suécia,  Dinamarca e Islândia), além da gélida Islândia. Com a expansão das navegações vikings, esta difusão acentuou-se ainda mais, indo alcançar também os povos de língua inglesa e por isso os deuses nórdicos deram origem aos dias da semana em inglês:

 Domingo - Sunday - Evolução de Sunnandæg, que significa "dia do Sol" ("Day of the Sun") - Sunna = Sun = Sol e dæg = day = dia. A expressão "Day of the Sun" originou-se do Latim Dies Solis.

Segunda-feira - Monday - Vem de Mōnandæg, que significa "dia da Lua" ("Day of the Moon") - Mōna = Moon = Lua. Assim como em Sunday, Monday é uma tradução de uma expressão latina, no caso, Dies Lunae.

Terça-feira - Tuesday - O nome Tuesday vem de Tiwesdæg, que significa "dia do Tiw" (Tiu's day). Tiw (também conhecido como Tew, Tyr ou Tywar) é o deus da guerra e da glória na mitologia norueguesa e no paganismo germânico. A ideia para o nome também vem da cultura romana, neste caso baseando-se no Dies Martis, do Latim, "Dia de Marte" ("Day of Mars"), o deus da guerra Romano.

Quarta-feira - Wednesday - Wednesday vem de Wōdnesdæg, ou Woden's day, em Inglês moderno, que significa o dia do deus germânico Woden, mais conhecido como Odin, o deus mais alto na hierarquia da mitologia norueguesa e um proeminente deus dos Anglo-Saxões e outros povos da Inglaterra. Wednesday é baseado no nome Dies Mercurii, do Latim, "Dia de Mercúrio".

Quinta-feira - Thursday - Thursday origina-se em Þūnresdæg, que significa "dia do Þunor". Þunor, ou Thor, é o deus dos trovões na mitologia norueguesa e no paganismo germânico. Thursday (Thor's day), é baseado no nome Dies Iovis, do Latim, "Dia de Júpter".

Sexta-feira - Friday - O nome Friday vem de Frigedæg e significa "Dia de Frige" (Freya's day), em referência à deusa germânica da beleza. É uma adaptação do latim Dies Veneris (Dia de Vênus). Frige ou Frigg era a deusa nórdica do amor, correspondente a Vênus da mitologia romana.

Sábado - Saturday - A versão anglo-saxônica original de Saturday era Sæturnesdæg, tradução literal do latim Dies Saturni, ou "Dia de Saturno" (Saturn's day). Este é o único dia da semana em inglês cuja referência direta é um deus do panteão greco-romano, provavelmente porque os anglo-saxões não tinham nenhum deus norueguês que correspondesse ao deus da agricultura.

A criação:
Primeiro, havia o Caos, nem Céu, nem Mar, nem Terra - nada disto havia. 
Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande Vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspell (o Reino do Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas. 

Um dia as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim, formou-se uma fonte e depois doze rios fluiam desta fonte, que na medida que corriam pra longe da fonte congelaram-se e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo. Das alturas do Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor que descia com o frio que subia de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo. Depopsi de mutio tempo o gelo foi derretendo e pingando e deixando entrever, sob a outrora gelada e espessa capa branca, a forma de um gigante chamado Ymir, que deu origem a raça dos gigantes .Do gelo derretido também surgira a vaca de nome Audhumbla, de cujas tetas manavam quatro rios, que alimentavam o gigante Ymir.

Audhumbla nutria-se lambendo o gelo salgado e, deste gelo, surgiu ao primeiro dia o cabelo de um ser; no segundo, a sua cabeça; e, finalmente, no terceiro, o corpo inteiro. Esta criatura egressa do gelo chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor, e, desde que pai e filho se reconheceram, começaram a combater os gigantes, que nutriam por eles um ódio e um ciúme incontroláveis.

 Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Wotan (também chamado Odin), Vili e Ve.

 Um dia, Odim disse a seus irmãos: - Unamo-nos a Bor e destruamos Ymir. Os quatro juntos derrotaram o gigante, e  seus descendentes afogada no sangue de Ymir. Um casal, entretanto, escapou do massacre: Bergelmir e sua companheira, que construíram um barco feito de um tronco escavado e foram se refugiar em Jotunheim, a terra dos Gigantes, onde geraram muitos outros. Desde então, a inimizade estabeleceu-se, definitivamente, entre deuses e gigantes, cada qual vivendo livremente em seu território, mas sempre alerta contra o inimigo. 

Com o corpo de Ymir, Wotan e seus irmãos moldaram  Midgard (Terra-Média): de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e seus dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas, dos cabelos a as árvores. Wotam do crânio do gigante fez os ceús  e das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cérebro do gigante, foram engendradas as nuvens, que recobrem todo o céu.   O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo.


Do cadáver de Ymir sairam vermes, seres sub humanos que foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartalfheim). Os demais, que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada as regiões amenas do Alfheim.

Os espíritos brancos, ou Elfos da Luz, eram dotados de grande beleza, mais brilhantes que o sol e traziam vestes delicadas e transparentes; amavam a luz, eram benevolentes para com a humanidade e, em geral, tinham o aspecto de crianças louras e belas. Seu país chamava-se Alfheim e era domínio de Freyr, o deus do sol, sob cuja luz os elfos estavam sempre brincando.
Os elfos negros, ou Elfos da Noite, eram criaturas diferentes: anões feios, narigudos, de uma cor escura e suja, que apareciam somente à noite, pois evitavam o sol como o inimigo mais mortal, uma vez que, se os raios solares caíssem sobre eles, os transformavam imediatamente em pedras. Sua linguagem era o eco das solidões e suas moradas, as cavernas e covas subterrâneas. Distinguiam-se, particularmente, pelo conhecimento dos poderes misteriosos da natureza e pelos caracteres, que gravavam e explicavam. Eram habilíssimos artífices e trabalhavam em metal e madeira. Entre suas obras mais notáveis estavam o machado de Tor e o navio "Skiddaladnir", que ofereceram a Freyr e que era tão grande que nele cabiam todas as divindades com suas armas e utensílios domésticos, mas construído com tal habilidade que, quando dobrado, podia caber em um bolso.

 Os deuses de dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceanoe fizeram deles o primeiro casal humano,  o homem foi chamado de Ask (Freixo) e a mulher, de Embla (Olmo). Wotan lhes deu a vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal, que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitariam por sucessivas eras a Terra-Média.

 Depois fizeram a morada dos deuses Asgard. Este reino estava situado acima da elevada planície de Idawold, que flutuava muito acima da terra, impedindo que os mortais o observassem. Além disso, um rio cujas águas nunca congelavam - o Iffing - separava a planície do restante do universo. Mas, Wotan, sábio e poderoso como era, entendeu que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-íris), feita da água, do logo e do mar. Heimdall, um estranho deus nascido ao mesmo tempo de nove gigantas, ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard. Para isso, ele portava unia grande trompa, que fazia soar todas as vezes que os deuses cruzavam a ponte. 

O palácio de Wotan,  era chamado de Gladsheim. Ali, o deus que se tornou supremo tinha instalado o seu trono mágico, Hlidskialf, de onde podia observar tudo o que se passava nos Nove Mundos e receber de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Munin (Memória), as informações trazidas das mais remotas regiões do universo.  Friga era a esposa de Odin

Havia também a árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco, que floresceu do corpo de Ymir, que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard. Ao alto da copa frondosa desta imensa árvore, sobrevoa uma gigantesca águia, que vive em guerra aberta contra a serpente Nidhogg. Um pequeno esquilo - Ratatosk -, que passa a vida a correr desde o alto da Árvore da Vida até as profundezas onde está a terrível serpente, é o leva-traz dos insultos que estas duas criaturas se comprazem em trocar sem jamais esgotar seu infinito estoque de injúrias. 

Valhala é o grande palácio de Odin, onde ele se diverte em festins com os heróis escolhidos, aqueles que morreram valentemente em combate, pois são excluídos todos os que morreram pacificamente. É-lhe servida a carne do javali Schrinnir, que chega fartamente para todos, pois, embora o javali seja cozido todas as manhãs, fica inteiro novamente todas as noites. Para bebida, os heróis dispõem de abundante hidromel, fornecido pela cabra Heidrum. Quando não se encontram nos festins, os heróis se divertem lutando. Todos os dias, dirigem-se ao pátio ou campo e lutam até se fazerem em pedaços uns aos outros. Este é seu passatempo, mas chegando a hora da refeição, eles se restabelecem dos ferimentos e voltam ao festim no Valhala.

Outros deuses: (ver tabela no início)
Alfadur é o Deus supremo na mitologia nórdica. Embora muitas vezes chamado de Odin, Alfadur (que significa todo-pai) é representado pelo Deus incriado e infinito."Odin é freqüentemente chamado de Alfadur (todo pai), mas esse nome é, às vezes, usado de maneira que mostra que os escandinavos tinham a idéia de uma divindade superior a Odin, incriada e eterna."(O livro de ouro da mitologia. Thomas Bulfinch.. São Paulo:Martin Claret, 2006.p. 415)

Tor, o senhor dos trovões, filho mais velho de Odin, é o mais forte dos deuses e possui três coisas preciosíssimas. O martelo, o cinto da força que, quando usado pelo seu dono, dotava-o de um redobrado poder divino. A terceira preciosidade era o par de luvas de ferro que Tor usava para se tornar mais eficiente.

 Frei deus responsável pela chuva, pelo brilho do sol e por todos os frutos da terra. Sua irmã Freia era a mais propícia das deusas. Amava a música, a primavera e as flores e, em particular, os Elfos (fadas). Apreciava muito as canções amorosas e todos os amantes poderiam invocá-la com proveito. 

Bragi era o deus da poesia, e seus cantos recordavam os feitos dos guerreiros. Sua esposa, Iduna, guardava a caixa de maçãs que os deuses, quando sentiam aproximar-se a velhice, provavam, para recuperar, imediatamente, a mocidade.

Heindall era o vigia dos deuses e, portanto, colocado na fronteira do céu, para impedir os gigantes de passar pela ponte Bifrost (o arco-íris). Heindall dormia menos que um pássaro e enxergava tanto de noite quanto  de dia num raio de cem milhas. Podia ouvir o ruído da relva crescendo e da lã crescendo em um carneiro.

Loki  era considerado o caluniador de deuses e articulador de todas as fraudes e atos condenáveis.  Era belo e bem feito de corpo, mas de temperamento caprichoso e maus instintos. Pertencia à raça dos gigantes, mas se metera à força na companhia dos deuses e se comprazia em colocá-los em dificuldades, e livrá-los, depois, do perigo, graças às suas artimanhas, inteligência e habilidade. Loki teve tr\~es filhos com  a profetisa Angerbode:

O primeiro era o lobo Fenris, o segundo, a serpente Nidgard e o terceiro Hela (Morte). O temor dos deuses aos filhos de Loki levou Odim a tomar providências. 
Lançou, então, a serpente no profundo oceano pelo qual a terra é cercada. O monstro, porém, crescera a tal ponto que, enfiando a cauda na boca, rodeia toda a Terra. 

Hela foi atirada por Odin ao Niffleheim e recebeu o poder de dominar nove mundos ou regiões, nos quais distribui aqueles que lhe são enviados, isto é, os que morrem em conseqüência da velhice ou da doença. Seu palácio chamava-se Elvidner. Sua mesa era a Fome, sua faca, a Inanição, o Atraso, seu criado, a Vagareza, sua criada, o Precipício, sua porta, a Preocupação, sua cama e os Sofrimentos formavam as paredes dos aposentos. Hela podia ser facilmente reconhecida, pois seu corpo era metade cor-de-carne e metade azul, e tinha uma fisionomia horrível e amedrontadora. 

O lobo Fenris deu muito trabalho aos deuses, antes que estes conseguissem acorrentá-lo; rompia as correntes mais fortes como se fossem teias de aranha. Finalmente, os deuses enviaram um mensageiro aos espíritos da montanha, que fizeram para eles a corrente chamada Gleipnir, que se compunha de seis coisas, a saber: o ruído produzido pelo andar de um gato, a barba das mulheres, as raízes das pedras, a respiração dos peixes, os nervos (sensibilidade) dos ursos e o cuspo das aves. Depois de pronta, a corrente ficou tão lisa e macia como se fosse de seda. Quando, porém, os deuses pediram ao lobo que se deixasse amarrar naquela fita aparentemente tão frágil, ele desconfiou de suas intenções, receando que houvesse ali algum encantamento. Assim, só consentiu em ser amarrado se um deus enfiasse a mão em sua boca para garantia de que a fita seria retirada mais tarde. Somente Tir (o deus da batalha) teve coragem suficiente para isto. Mas, quando o lobo verificou que não podia livrar-se e que os deuses não iriam soltá-lo, cortou com os dentes a mão de Tir, que ficou maneta desde então. 

A morte dos deuses e toda criação- RAGNAROK
Os nórdicos acreditavam firmemente que chegariam a um tempo em que seriam destruídos, com toda a criação visível, os deuses do Valhala e de Niffleheim, os habitantes de Jotunheim, Alfheim e Midgard, juntamente com suas moradas. O  dia da destruição começaria primeiro, um inverno tríplice, durante o qual a neve cairia dos quatro cantos do céu, o congelamento seria rigoroso, o vento cortante, o tempo tempestuoso e o sol não traria alegria. Suceder-se-iam três invernos sem serem temperados por um único verão. Três outros invernos seguir-se-iam, durante os quais a guerra e a discórdia se espalhariam pelo universo.

A própria Terra ficaria amedrontada e começaria a tremer, o mar sairia de seu leito, o céu se abriria e os homens morreriam em grande número, enquanto as águias do ar se regozijariam sobre seus corpos trêmulos.
O lobo Fenris arrebentará a corrente que o prende, a serpente de Midgard levantar-se-á de seu leito no mar e Loki, libertado de suas cadeias, juntar-se-á aos inimigos dos deuses. No meio da devastação geral, os filhos de Musplheim acorrerão, sob a chefia de Surtur, adiante e atrás do qual irromperão, chamas devastadoras. Os assaltantes avançariam pela ponte do arco-íris, Bifrost, que se quebraria sob os cascos dos cavalos. Sem se incomodar com a queda, porém, eles se dirigiriam ao campo de batalha chamado Vigrid, onde também apareceriam o lobo Fenris, a serpente de Midgard, Loki com todos os seguidores de Hela e os gigantes do Gelo.

 Heindall levantar-se-ia e soaria a trombeta Giallar, para chamar à luta todos os deuses e heróis. Os deuses avançam, chefiados por Odin, que ataca o lobo Fenris, mas cai vítima do monstro, que, por sua vez, é morto pelo filho de Odin, Vidar. Tor destaca-se, matando a serpente de Midgard, mas cai morto, sufocado pelo veneno que o monstro moribundo vomita sobre ele. Loki e Heindall enfrentam-se e ambos são mortos.

Tendo caído na batalha os deuses e seus inimigos, Surtur, que matou Freyr, incendeia o universo, que é inteiramente consumido pelo fogo. O sol se apaga, a terra se afunda no oceano, as estrelas caem do céu, e deixa de haver o tempo.  Depois disso, Alfadur (o Todo-Poderoso) fará com que surjam do mar um novo céu e uma nova terra. A nova terra contará com abundantes recursos, que produzirão espontaneamente os seus frutos, sem necessidade de trabalho ou preocupação. A maldade e a miséria não serão mais conhecidas, e os deuses e os homens viverão felizes para sempre.

Bibliografia:
O livro de ouro da mitologia. Thomas bulfinch.. São Paulo:Martin Claret, 2006.
As melhores histórias da mitologia nórdica A. S. Franchini / Carmen Seganfredo. Porto Alegre: Artes e Ofícios